domingo, maio 10, 2009

DOS QUINZE AOS SESSENTA




Senti aos quinze anos
Que a dança do amor jamais mudaria de planos
Seria sempre daquela maneira corriqueira
Eu correndo atrás de alguém que não me queria bem

Aos vinte entendi que não era exatamente assim
Alguém poderia também correr atrás de mim
E eu superior na dança do amor
Fingiria não perceber
Até o instante que ele resolvesse me esquecer

Aos vinte e cinco começaram as decepções
Os términos e as desilusões
As lágrimas infinitas
As insônias malditas

Aos trinta fui apresentada a traição
E tive que conviver com essa terrível questão
Nessa mesma ocasião descobri como era ser trocada
Esquecida e ignorada

Aos trinta e cinco
Procurei com afinco.....um novo amor
E que dor.......foi tão difícil de achar
Encontrei almas encantadoras
E também destruidoras
Almas gêmeas e impostoras
Mas ninguém ficou comigo
Terminei no ostracismo

Agora aos quarenta
A gente inventa.....
Inventa que é feliz
Que tem o amor que sempre quis
Inventa que se alimenta de paixão
Que o coração ainda palpita de emoção

E talvez aos cinquenta eu descubra
Que aos quinze fui feliz

Que aos vinte
Eu tive o que eu quis

Que aos vinte e cinco
As noites mal dormidas
Poderiam ter sido resolvidas

Que aos trinta
A traição foi o melhor ingrediente da emoção
E que nessa época o gostoso foi dar o perdão

Que aos trinta e cinco
Buscar um amor não causou assim tanta dor
É bem verdade que foi com dificuldade
Mas ainda existia na minha alma
Uma grande carga de força e vitalidade

E que agora aos quarenta
Inventar pode ser gostoso
Sonhar, delicioso
E esperar, prazeroso

...mas enfim quando eu chegar aos cinquenta
Será que vou descobrir finalmente
Que a solidão assolou meu coração?
Que desde os quinze vivi mergulhada na ilusão?
Como serão os meus sessenta então?

Acho que aos sessenta...
Quem sabe uma nova dança a gente inventa...

Dayanna Daize

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