quarta-feira, outubro 30, 2013

Fernando Pessoa



"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é."
Fernando Pessoa

Pedra revela Messias anterior a Jesus


se falava de um Messias ressuscitado antes de Jesus ter nascido. Pelo menos é essa a interpretação que investigadores fazem da inscrição, em hebraico, numa pedra encontrada no Mar Morto e que data do século I antes de Cristo.

A inscrição na pedra - adquirida por um colecionador israelita na Jordânia, há nove anos - sugere que a ressurreição do Messias não é única nem genuína do cristianismo. De acordo com aquele texto, que investigadores já decifraram, a ressurreição seria um conceito adotado pelo judaísmo ainda antes de o ser pelo cristianismo. A premissa de que Jesus era o Messias e ressuscitou três dias depois de morrer - vencendo a própria morte - serve de base à fé cristã. Confirmar-se que a ressurreição aconteceu antes de Cristo seria pôr em questão o dogma católico da ressurreição de Jesus. 

O judaísmo sempre encarou Jesus apenas como um profeta que mudou as crenças tradicionais, mas não como o Messias ou o filho de Deus. Agora, esta descoberta vem reacender o debate, enquanto investigadores decifram as 87 linhas do texto em hebraico, escrito na pedra, e não esculpido, em duas colunas. 

Irás viver

A imprensa israelita chama a pedra de "A Visão de Gabriel", uma vez que grande parte do texto remete para uma visão do Apocalipse transmitida pelo anjo Gabriel. Israel Knohl, professor de estudos bíblicos da Universidade Hebraica de Jerusalém, explicou que se trata de um texto profético escrito no século I antes de Cristo, e que cita este anjo dizendo a um certo "príncipe dos príncipes": "Daqui a três dias irás viver. Eu Gabriel, te ordeno". 

Na interpretação do Sr. Knohl, o texto trata de uma figura messiânica que ele acha ser Simão. Acredita também que os escritores da história seriam os seguidores de Simão. No texto, o Sr. Knohl aponta que a morte e sofrimento desse Messias seriam necessárias para a salvação, segundo as linhas 19 a 21 da inscrição: "Em três dias, você saberá que o mal será derrotado pela justiça", e outras linhas que falam de sangue e sacrifício como o caminho para a justiça.

Dois investigadores israelitas, Ada Yardeni e Binyamin Elitzur, publicaram uma análise detalhada do escrito em 2007, confirmando a data. No entanto, consideraram indecifrável a palavra que se segue a "daqui a três dias", na 80ª linha. Knohl, por seu turno, argumenta que a palavra é "Hayeh" ou "viver" no imperativo. Segundo a interpretação deste docente, a lápide sugere a ideia de que o sangue do Messias morto e ressuscitado é necessário para atingir a redenção, o que demonstraria que a premissa terá sido adotada pelo judaísmo antes de o ser pelo cristianismo, já que o texto foi escrito previamente. Knohl sublinha que esta interpretação sustenta uma teoria que ele já tinha exposto num livro editado em 2000, segundo a qual existia um Messias antes de Cristo. Ele diz que um Messias sofredor é um conceito muito diferente da imagem judia tradicional de um Messias triunfante, poderoso descendente de David. "O que acontece no Novo Testamento foi a adoção de Jesus e seus seguidores de uma história anterior sobre um Messias".

Moshe Bar-Asher é respeitoso, mas cauteloso quanto à tese de Knohl: "Há um problema, pois em partes cruciais do texto há palavras faltando. Eu entendo a tendência do Sr. Knohl a achar aí evidências de um período pré-cristão, mas em dois pontos cruciais do texto há várias palavras faltando". 

Knohl disse que é menos importante saber se foi ou não Simão o Messias, e mais importante o fato de que o texto sugere que um salvador que morre e ressuscita após 3 dias já era um conceito estabelecido na época de Jesus. "A missão de Jesus foi sofrer e ser morto pelos romanos, para que seu sangue fosse um sinal da redenção que viria. Isto dá a Última Ceia um significado absolutamente diferente. Ele deu o sangue não pelos nossos pecados, mas pela redenção do povo de Israel".

A polêmica revelação do investigador, a partir da sua interpretação dos escritos, foi revelada numa conferência no Museu de Israel, subordinada à celebração dos 60 anos da descoberta dos "Manuscritos do Mar Morto".
 

 A figura é um mosaico de Mia Tavonatti

O que é uma "Bruxa"


Todos os dias, alguém me pergunta o que é ser uma bruxa.
 Esta é uma pergunta fácil e difícil de explicar. 
Uma bruxa é, antes de tudo, alguém que está em contato
com energias sutis. Olhamos ao nosso redor e vemos mais
do que matéria. Vemos o íntimo, o Espírito das coisas nas
coisas.  E trabalhamos com este espírito.

Se você olhar a seu redor, verá que tudo se compõe de uma
troca de energias entre você e o seu ambiente. A física nos
coloca que o Universo inteiro é composto de energia.

Essa energia possui freqüências diferenciadas.
 Da mesma 
forma que a luz pode se decompor em cores, a energia básica
do Universo se fragmenta em diversas manifestações físicas e
mentais. Na origem da criação, no momento primeiro do Big
Bang, existiam apenas algumas formas básicas de partículas
que foram se diversificando e formam hoje tudo o que você vê,
e até o que você não vê.

Os átomos que compõem tudo o que existe daqui ao infinito
são partículas fundamentais que  se atraem ou se repelem.
E a força que faz com que esta atração ou rejeição aconteça
é uma energia que ninguém ainda conseguiu definir. Alguns
chamam de Acaso, outros de Deus, outros simplesmente de
Universo. Qualquer que seja a imagem que o Homem crie
para definir esta Força, nós bruxas acreditamos que existe
uma vontade de fazer com que as partículas se agreguem ou
desagreguem. Esta idéia permeia um princípio básico da
Magia: o princípio de que tudo o que ocorre possuiu uma
Vontade em sua base.

Outro dado é que a Física hoje já trabalha com a hipótese
de que o observador altera o comportamento do objeto
observado. E o que para os físicos é novidade, para nós,
bruxas, é algo antigo e comprovado.

Em síntese, a Magia consiste em trabalhar em estado
 alterado de consciência para entrar em contado com
as Energias Básicas por trás das coisas; e manipular
sua manifestação de acordo com a Vontade Maior do
Universo, em sintonia com a vontade da bruxa.

Dois elementos básicos entram na composição desta
manipulação: a crença de que é possível e o desejo
 sincero de se conseguir esta manipulação. Dois
elementos poderosos - fé e desejo - que  podem
modificar tudo que existe em você e fora de você.
Isto é Magia. Isto é ser bruxa!


Texto por Fernanda Suhet

Dia das Bruxas-Halloween



Ainda que para os brasilieiros o Dia das Bruxas não tenha nem de perto a mesma relevância que tem na tradição anglicana, o Halloween vem ganhando adeptos ano a ano.
Tudo começou com os cursos de inglês, para os quais o Halloween é uma das festas mais importantes do ano. Se o início foi isolado e discreto, o impulso final para a popularização da festa foi dado pela indústria.
Na última semana de outubro muitas lojas são tomadas produtos de Halloween - a maioria deles oriundos da China ou de Taiwan , em mais fenômeno da globalização e sinal da mudança dos tempos.
A tradição do Dia das Bruxas, no entanto, é recente - mas nem por isso bem vinda. Em contraposição ao Dia das Bruxas, foi criado no Brasil um projeto de lei que institui o Dia do Saci, comemorado dia 31 de outubro, uma iniciativa amplamente apoiada por artistas, educadores, políticos e uma boa parcela da sociedade. 
A idéia é de se homenagear o personagem do folclore nacional mais conhecido e descrito na literatura. 
O Saci, ou Saci-pererê, é uma figura bastante popular e teve sua origem entre os indígenas da região das Missões, no Sul do país. 
Em algumas regiões, o Saci surge como um ser maléfico, em outras, como somente brincalhão ou gracioso.
 Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana transformou o Saci em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje.
 Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo, da mitologia européia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo, ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais que fazem travessuras, principalmente de noite, dentro das casas.
Para a maioria das crianças e adolescentes, no entanto, as discussões acerca da tradição do dia 31 de outubro não têm relevância.
 Independentemente da origem e da celebração, o importante é comemorar e sair da rotina escolar, que a esta altura do ano já deixou cansada a maioria dos estudantes. 
O Halloween já se tornou uma data esperada com expectativa e recebida com alegria na pelos estudantes – não apenas nos cursos de idiomas, mas também nas escolas normais, onde o inglês é disciplina obrigatória.
 O Dia do Saci, por sua vez, é comemorado principalmente entre os mais jovens, para quem a figura do Saci exerce um papel intrigante e assustador.

Para a maioria dos jovens, como muitos dos brasileiros, o importante é comemorar. 
Quanto mais motivos se tiver para a festa, melhor.

Sou Velho


Sou velho.
 E isso me surpreende todos os dias. Sempre estranho a figura que vejo no espelho, enquanto lavo o rosto. Imaginava que eu teria mais cabelos. E os fios que me sobram, não os supunha tão brancos. 
É assim que inicio a batalha de todos os dias: com uma briga entre o que sou e o que penso que sou.
Quando em algum balcão burocrático preciso responder qual a cor de meus cabelos, ainda tenho a tendência de escrever “castanhos”. Se me corrijo a tempo e assinalo “brancos”, bate uma nova dúvida: não seria melhor deixar claro que sou calvo?
Minha velhice não é novidade. Sei direitinho quando ela começou. Foi num cinema em Nova York. Não me lembro o nome do filme a que assisti. Mas me lembro muito bem da reação da mocinha da bilheteria _ quantos anos ela tinha? 13? _ ao olhar para a minha fisionomia e concluir: “é sênior”. Não me perguntou nada. Estava na cara. De acordo com minha certidão de nascimento, ainda faltavam alguns anos para eu atingir tal categoria. Mas ela não teve dúvidas, e me vendeu meia entrada.
Quando, enfim, atingi o marco que me inclui no grupo da terceira idade, resolvi não rejeitar nenhuma das concessões que se adquire nesse estágio. Pago meia nos teatros, escolho as filas preferenciais em bancos e supermercados e entro de graça no MASP em São Paulo. Afinal, alguma vantagem há de se ter com a velhice.
Não tenho pensado na velhice por acaso. Na última quarta-feira, escrevi uma coluna criticando a ação dos Black Blocs. Minha intenção era só dar uma opinião. Agora, percebo que foi uma ousadia. No meu blog, vários participantes de passeatas que apoiam a violência do grupo me acusaram de ser... velho!
“Envelheceu mal, hein?”, explicitou um deles. Pode ser. Mas lendo o apoio de alguns da minha geração aos atos violentos que estão sendo vistos na ruas, posso concluir também que há os que rejuvenescem mal. 
É difícil explicar o apoio à violência. Uma leitora tentou fazer com que eu entendesse como sou alienado: “A coisa só vira mesmo tirando gente como você do conforto da sua mesinha com computador da última geração e ar condicionado geladinho e fazendo encarar a realidade do que é ter necessidades primárias.”
Sobre o computador de última geração e o ar condicionado geladinho, vou ter que fazer compras para não decepcionar a leitora e passar a ter o cotidiano que ela imagina que eu possuo. Isso se ainda tiver no comércio algum computador ou aparelho de ar condicionado depois da passagem dos Black Blocs pelas ruas.
Quanto ao resto, não vejo muita gente com necessidades primárias no meio dos mascarados de preto. Li no jornal um caso exemplar: um pai mostrava-se preocupado com a filha, de vinte e poucos anos, que foi identificada pela polícia como Black Bloc. Não há nada de muito concreto contra ela. Mesmo assim, o pai e a menina, aproveitando que ela está passando férias num país da América do Sul, combinam de ela pedir asilo político na Argentina para não ter que enfrentar as autoridades na volta das férias. Necessidades primárias?
 No meu tempo, isso se chamava filhinha do papai. Faz a bobagem e, quando a porca torce o rabo, pede a ajuda do papai. Devo estar errado.
 Porca torcendo o rabo é coisa de velho.