quarta-feira, outubro 30, 2013

Fernando Pessoa



"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é."
Fernando Pessoa

Pedra revela Messias anterior a Jesus


se falava de um Messias ressuscitado antes de Jesus ter nascido. Pelo menos é essa a interpretação que investigadores fazem da inscrição, em hebraico, numa pedra encontrada no Mar Morto e que data do século I antes de Cristo.

A inscrição na pedra - adquirida por um colecionador israelita na Jordânia, há nove anos - sugere que a ressurreição do Messias não é única nem genuína do cristianismo. De acordo com aquele texto, que investigadores já decifraram, a ressurreição seria um conceito adotado pelo judaísmo ainda antes de o ser pelo cristianismo. A premissa de que Jesus era o Messias e ressuscitou três dias depois de morrer - vencendo a própria morte - serve de base à fé cristã. Confirmar-se que a ressurreição aconteceu antes de Cristo seria pôr em questão o dogma católico da ressurreição de Jesus. 

O judaísmo sempre encarou Jesus apenas como um profeta que mudou as crenças tradicionais, mas não como o Messias ou o filho de Deus. Agora, esta descoberta vem reacender o debate, enquanto investigadores decifram as 87 linhas do texto em hebraico, escrito na pedra, e não esculpido, em duas colunas. 

Irás viver

A imprensa israelita chama a pedra de "A Visão de Gabriel", uma vez que grande parte do texto remete para uma visão do Apocalipse transmitida pelo anjo Gabriel. Israel Knohl, professor de estudos bíblicos da Universidade Hebraica de Jerusalém, explicou que se trata de um texto profético escrito no século I antes de Cristo, e que cita este anjo dizendo a um certo "príncipe dos príncipes": "Daqui a três dias irás viver. Eu Gabriel, te ordeno". 

Na interpretação do Sr. Knohl, o texto trata de uma figura messiânica que ele acha ser Simão. Acredita também que os escritores da história seriam os seguidores de Simão. No texto, o Sr. Knohl aponta que a morte e sofrimento desse Messias seriam necessárias para a salvação, segundo as linhas 19 a 21 da inscrição: "Em três dias, você saberá que o mal será derrotado pela justiça", e outras linhas que falam de sangue e sacrifício como o caminho para a justiça.

Dois investigadores israelitas, Ada Yardeni e Binyamin Elitzur, publicaram uma análise detalhada do escrito em 2007, confirmando a data. No entanto, consideraram indecifrável a palavra que se segue a "daqui a três dias", na 80ª linha. Knohl, por seu turno, argumenta que a palavra é "Hayeh" ou "viver" no imperativo. Segundo a interpretação deste docente, a lápide sugere a ideia de que o sangue do Messias morto e ressuscitado é necessário para atingir a redenção, o que demonstraria que a premissa terá sido adotada pelo judaísmo antes de o ser pelo cristianismo, já que o texto foi escrito previamente. Knohl sublinha que esta interpretação sustenta uma teoria que ele já tinha exposto num livro editado em 2000, segundo a qual existia um Messias antes de Cristo. Ele diz que um Messias sofredor é um conceito muito diferente da imagem judia tradicional de um Messias triunfante, poderoso descendente de David. "O que acontece no Novo Testamento foi a adoção de Jesus e seus seguidores de uma história anterior sobre um Messias".

Moshe Bar-Asher é respeitoso, mas cauteloso quanto à tese de Knohl: "Há um problema, pois em partes cruciais do texto há palavras faltando. Eu entendo a tendência do Sr. Knohl a achar aí evidências de um período pré-cristão, mas em dois pontos cruciais do texto há várias palavras faltando". 

Knohl disse que é menos importante saber se foi ou não Simão o Messias, e mais importante o fato de que o texto sugere que um salvador que morre e ressuscita após 3 dias já era um conceito estabelecido na época de Jesus. "A missão de Jesus foi sofrer e ser morto pelos romanos, para que seu sangue fosse um sinal da redenção que viria. Isto dá a Última Ceia um significado absolutamente diferente. Ele deu o sangue não pelos nossos pecados, mas pela redenção do povo de Israel".

A polêmica revelação do investigador, a partir da sua interpretação dos escritos, foi revelada numa conferência no Museu de Israel, subordinada à celebração dos 60 anos da descoberta dos "Manuscritos do Mar Morto".
 

 A figura é um mosaico de Mia Tavonatti

O que é uma "Bruxa"


Todos os dias, alguém me pergunta o que é ser uma bruxa.
 Esta é uma pergunta fácil e difícil de explicar. 
Uma bruxa é, antes de tudo, alguém que está em contato
com energias sutis. Olhamos ao nosso redor e vemos mais
do que matéria. Vemos o íntimo, o Espírito das coisas nas
coisas.  E trabalhamos com este espírito.

Se você olhar a seu redor, verá que tudo se compõe de uma
troca de energias entre você e o seu ambiente. A física nos
coloca que o Universo inteiro é composto de energia.

Essa energia possui freqüências diferenciadas.
 Da mesma 
forma que a luz pode se decompor em cores, a energia básica
do Universo se fragmenta em diversas manifestações físicas e
mentais. Na origem da criação, no momento primeiro do Big
Bang, existiam apenas algumas formas básicas de partículas
que foram se diversificando e formam hoje tudo o que você vê,
e até o que você não vê.

Os átomos que compõem tudo o que existe daqui ao infinito
são partículas fundamentais que  se atraem ou se repelem.
E a força que faz com que esta atração ou rejeição aconteça
é uma energia que ninguém ainda conseguiu definir. Alguns
chamam de Acaso, outros de Deus, outros simplesmente de
Universo. Qualquer que seja a imagem que o Homem crie
para definir esta Força, nós bruxas acreditamos que existe
uma vontade de fazer com que as partículas se agreguem ou
desagreguem. Esta idéia permeia um princípio básico da
Magia: o princípio de que tudo o que ocorre possuiu uma
Vontade em sua base.

Outro dado é que a Física hoje já trabalha com a hipótese
de que o observador altera o comportamento do objeto
observado. E o que para os físicos é novidade, para nós,
bruxas, é algo antigo e comprovado.

Em síntese, a Magia consiste em trabalhar em estado
 alterado de consciência para entrar em contado com
as Energias Básicas por trás das coisas; e manipular
sua manifestação de acordo com a Vontade Maior do
Universo, em sintonia com a vontade da bruxa.

Dois elementos básicos entram na composição desta
manipulação: a crença de que é possível e o desejo
 sincero de se conseguir esta manipulação. Dois
elementos poderosos - fé e desejo - que  podem
modificar tudo que existe em você e fora de você.
Isto é Magia. Isto é ser bruxa!


Texto por Fernanda Suhet

Dia das Bruxas-Halloween



Ainda que para os brasilieiros o Dia das Bruxas não tenha nem de perto a mesma relevância que tem na tradição anglicana, o Halloween vem ganhando adeptos ano a ano.
Tudo começou com os cursos de inglês, para os quais o Halloween é uma das festas mais importantes do ano. Se o início foi isolado e discreto, o impulso final para a popularização da festa foi dado pela indústria.
Na última semana de outubro muitas lojas são tomadas produtos de Halloween - a maioria deles oriundos da China ou de Taiwan , em mais fenômeno da globalização e sinal da mudança dos tempos.
A tradição do Dia das Bruxas, no entanto, é recente - mas nem por isso bem vinda. Em contraposição ao Dia das Bruxas, foi criado no Brasil um projeto de lei que institui o Dia do Saci, comemorado dia 31 de outubro, uma iniciativa amplamente apoiada por artistas, educadores, políticos e uma boa parcela da sociedade. 
A idéia é de se homenagear o personagem do folclore nacional mais conhecido e descrito na literatura. 
O Saci, ou Saci-pererê, é uma figura bastante popular e teve sua origem entre os indígenas da região das Missões, no Sul do país. 
Em algumas regiões, o Saci surge como um ser maléfico, em outras, como somente brincalhão ou gracioso.
 Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana transformou o Saci em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje.
 Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo, da mitologia européia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo, ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais que fazem travessuras, principalmente de noite, dentro das casas.
Para a maioria das crianças e adolescentes, no entanto, as discussões acerca da tradição do dia 31 de outubro não têm relevância.
 Independentemente da origem e da celebração, o importante é comemorar e sair da rotina escolar, que a esta altura do ano já deixou cansada a maioria dos estudantes. 
O Halloween já se tornou uma data esperada com expectativa e recebida com alegria na pelos estudantes – não apenas nos cursos de idiomas, mas também nas escolas normais, onde o inglês é disciplina obrigatória.
 O Dia do Saci, por sua vez, é comemorado principalmente entre os mais jovens, para quem a figura do Saci exerce um papel intrigante e assustador.

Para a maioria dos jovens, como muitos dos brasileiros, o importante é comemorar. 
Quanto mais motivos se tiver para a festa, melhor.

Sou Velho


Sou velho.
 E isso me surpreende todos os dias. Sempre estranho a figura que vejo no espelho, enquanto lavo o rosto. Imaginava que eu teria mais cabelos. E os fios que me sobram, não os supunha tão brancos. 
É assim que inicio a batalha de todos os dias: com uma briga entre o que sou e o que penso que sou.
Quando em algum balcão burocrático preciso responder qual a cor de meus cabelos, ainda tenho a tendência de escrever “castanhos”. Se me corrijo a tempo e assinalo “brancos”, bate uma nova dúvida: não seria melhor deixar claro que sou calvo?
Minha velhice não é novidade. Sei direitinho quando ela começou. Foi num cinema em Nova York. Não me lembro o nome do filme a que assisti. Mas me lembro muito bem da reação da mocinha da bilheteria _ quantos anos ela tinha? 13? _ ao olhar para a minha fisionomia e concluir: “é sênior”. Não me perguntou nada. Estava na cara. De acordo com minha certidão de nascimento, ainda faltavam alguns anos para eu atingir tal categoria. Mas ela não teve dúvidas, e me vendeu meia entrada.
Quando, enfim, atingi o marco que me inclui no grupo da terceira idade, resolvi não rejeitar nenhuma das concessões que se adquire nesse estágio. Pago meia nos teatros, escolho as filas preferenciais em bancos e supermercados e entro de graça no MASP em São Paulo. Afinal, alguma vantagem há de se ter com a velhice.
Não tenho pensado na velhice por acaso. Na última quarta-feira, escrevi uma coluna criticando a ação dos Black Blocs. Minha intenção era só dar uma opinião. Agora, percebo que foi uma ousadia. No meu blog, vários participantes de passeatas que apoiam a violência do grupo me acusaram de ser... velho!
“Envelheceu mal, hein?”, explicitou um deles. Pode ser. Mas lendo o apoio de alguns da minha geração aos atos violentos que estão sendo vistos na ruas, posso concluir também que há os que rejuvenescem mal. 
É difícil explicar o apoio à violência. Uma leitora tentou fazer com que eu entendesse como sou alienado: “A coisa só vira mesmo tirando gente como você do conforto da sua mesinha com computador da última geração e ar condicionado geladinho e fazendo encarar a realidade do que é ter necessidades primárias.”
Sobre o computador de última geração e o ar condicionado geladinho, vou ter que fazer compras para não decepcionar a leitora e passar a ter o cotidiano que ela imagina que eu possuo. Isso se ainda tiver no comércio algum computador ou aparelho de ar condicionado depois da passagem dos Black Blocs pelas ruas.
Quanto ao resto, não vejo muita gente com necessidades primárias no meio dos mascarados de preto. Li no jornal um caso exemplar: um pai mostrava-se preocupado com a filha, de vinte e poucos anos, que foi identificada pela polícia como Black Bloc. Não há nada de muito concreto contra ela. Mesmo assim, o pai e a menina, aproveitando que ela está passando férias num país da América do Sul, combinam de ela pedir asilo político na Argentina para não ter que enfrentar as autoridades na volta das férias. Necessidades primárias?
 No meu tempo, isso se chamava filhinha do papai. Faz a bobagem e, quando a porca torce o rabo, pede a ajuda do papai. Devo estar errado.
 Porca torcendo o rabo é coisa de velho.

domingo, agosto 18, 2013

Nam Myoho Renge Kyo



"NAM
Nam, contração de Namu, que deriva do sânscrito NAMAS, significa "devotar" ou a relação perfeita da vida da pessoa com a verdade eterna. Ou seja, dedicar a própria vida ou relacionar-se com a verdade eterna da vida. Também significa acumular infinita energia através desta fonte e tomar atitudes positivas aliviando o sofrimento dos outros.

MYOHO
Myoho literalmente significa Lei Mística.
Myo significa "místico", mas elimina qualquer sombra de milagre. É assim chamado porque o mistério da vida é de inimaginável profundidade por tanto está além da compreensão do homem.

Ho significa "lei". A intrínseca natureza da vida é tão mística e profunda, que transcende o âmbito de conhecimento humano. Por exemplo: o ser humano nasce como um bebê, cresce e torna-se um jovem, depois um idoso e por fim morre. Isso é obviamente, uma inquebrável lei regulando cada espécie de vida. Ninguém jamais pode nascer adulto ou escapar desse ciclo, por mais que deseje.

RENGUE
Rengue é a lei de causa e efeito. O budismo esclarece essa lei em todos os fenômenos do universo, e é simbolizada pela Flor de Lótus (Ren, flôr e Gue lótus, em japonês), pois produz a semente (Causa) e a flor (Efeito) simultaneamente. Uma quantidade enorme de todas as causas passadas formam o efeito da condição presente. Ao mesmo tempo, o momento presente é a causa do futuro. Assim, a vida é a continuação dos momentos combinados pela corrente de causa e efeito.

KYO
Finalmente kyo que é a tradução do sânscrito Sutra, significando ensino, o ensinamento do Buda, que é eterno. Também é a função e influência da vida, assim como a transformação do destino, simbolizando a continuidade da vida através do passado presente e futuro.

Saddharma Pundarika Sutra é título original do Sutra de Lótus em Sânscrito
Ele foi traduzido no ano 406 por Kumārajīva recebendo em chines o nome de Myoho-Rengue-Kyo
Onde Sad se torna Myo,
Dharma, vira Ho
Pundarika, que é flor de lotus, vira Rengue
E Sutra, que é ensino passa a ser Kyo.


Nitiren Daishonin nos aponta o ensino que contém o caminho para a iluminação, essa frase que recitamos diariamente, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo, que numa tradução livre seria o algo como: Devotar-se ao Sutra de Lótus, ou Devotar-se à Lei Mística da Causa e Efeito (exposta pelo Buda no Sutra de Lótus ).

O Nam-Myoho-Rengue-Kyo cobre todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no Universo. em outras palavras, é a vida do Buda que alcançou a suprema Iluminação. Se expandirmos ao espaço ilimitado, é idêntica à vida do Universo, e se condensarmos ao espaço limitado, é igual a vida individual dos seres humanos.

A natureza de Buda está exatamente dentro de cada um de nós. É o Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Quando entoamos o Daimoku a natureza de Buda dormente dentro das nossas vidas é convocada. Invocado deste modo, o que desperta é o Buda. Quando um pássaro numa gaiola canta, os pássaros voando no céu vêm para baixo. Quando os outros pássaros se reúnem ao redor, o pássaro engaiolado tentará escapar. Do mesmo modo se recitarmos a Lei Mística, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo em voz alta, a natureza de Buda se revela e se alegra e nos acompanha. Se praticarmos corretamente, não haverá beco sem saída na vida. Uma vez que nos baseamos na Lei Mística, podemos definitivamente transformar as nossas vidas para o melhor e ultrapassaremos qualquer impasse. Em qualquer situação, seguir essa lei absoluta com fé absoluta é, na verdade a base da nossa prática.
Nam-Myoho-Rengue-Kyo!" 


Todos os dias, alguém me pergunta o que é ser uma bruxa.
 Esta é uma pergunta fácil e difícil de explicar. 
Uma bruxa é, antes de tudo, alguém que está em contato
com energias sutis. 

Olhamos ao nosso redor e vemos mais
do que matéria.

 Vemos o íntimo, o Espírito das coisas nas coisas. 
 E trabalhamos com este espírito.
Se você olhar a seu redor, verá que tudo se compõe de uma
troca de energias entre você e o seu ambiente.

 A física nos coloca que o Universo inteiro é composto de energia.
Essa energia possui frequências diferenciadas. 
Da mesma forma que a luz pode se decompor em cores, a energia básica
do Universo se fragmenta em diversas manifestações físicas e
mentais.

Na origem da criação, no momento primeiro do Big
Bang, existiam apenas algumas formas básicas de partículas
que foram se diversificando e formam hoje tudo o que você vê,
e até o que você não vê.

Os átomos que compõem tudo o que existe daqui ao infinito
são partículas fundamentais que  se atraem ou se repelem.
E a força que faz com que esta atração ou rejeição aconteça
é uma energia que ninguém ainda conseguiu definir. Alguns
chamam de Acaso, outros de Deus, outros simplesmente de
Universo. 

Qualquer que seja a imagem que o Homem crie
para definir esta Força, nós bruxas acreditamos que existe
uma vontade de fazer com que as partículas se agreguem ou
desagreguem.

 Esta ideia permeia um princípio básico da
Magia: o princípio de que tudo o que ocorre possuiu uma
Vontade em sua base.

Outro dado é que a Física hoje já trabalha com a hipótese
de que o observador altera o comportamento do objeto
observado. E o que para os físicos é novidade, para nós,
bruxas, é algo antigo e comprovado.

Em síntese, a Magia consiste em trabalhar em estado
 alterado de consciência para entrar em contado com
as Energias Básicas por trás das coisas; e manipular
sua manifestação de acordo com a Vontade Maior do
Universo, em sintonia com a vontade da bruxa.


Dois elementos básicos entram na composição desta
manipulação: a crença de que é possível e o desejo
 sincero de se conseguir esta manipulação. 

Dois elementos poderosos - fé e desejo - que  podem
modificar tudo que existe em você e fora de você. 


Isto é Magia. Isto é ser bruxa!


Texto por Fernanda Suhet

quarta-feira, junho 05, 2013

DANÇANDO DE ROSTO COLADO



Rosto colado é coisa que os jovens de hoje não conhecem como preliminares de um ato de sedução. Nesses bailes de antigamente (que palavra dolorosa!), os jovens rastreavam o salão em busca da garota ideal para iniciar um romance.
Caso ela fosse localizada na mesa com os pais, nossas pernas tremiam. Uma cuba libre talvez fosse o combustível para encorajar o ato de atravessar o salão e chegar na mesa com o convite, formalismo, "vamos dançar? O "sim" dela poderia significar que também queria dançar, pois os olhos já tinham se cruzado num momento do baile, mas poderia ser apenas o "sim" formal para não dar um "cano" no rapaz audacioso. Neste último caso, a regra que a jovem aprendeu em casa com a mãe casamenteira, era dançar no máximo três para não significar que havia outro interesse a não ser o da boa educação.

No entanto, se "pintasse um clima" ai, Jesus! – as danças se prolongariam por todo o baile e, na hora exata, os rostos se colavam e a sedução começava com uma conversa de ouvido. O ato de seduzir transformava-se numa enciclopédia romântica que valia até mentiras ingênuas.

Corta para 2009...
 Não há mais rosto colado, não há mais bailes, os conjuntos melódicos são apenas boas lembranças e os clubes estão fechando seus salões que tinham a sua boate para os jovens. O beijo roubado, quando as luzes diminuíam de intensidade, era, talvez, o único da noite. Hoje, as garotas ficam apostando quem beija mais garotos numa noite e vulgarizou-se o ato mais sublime de um início de conquista.
O baile funk, mais que uma reunião dos jovens de hoje, é um convescote de traficantes em busca de novos babacas para o início de uma vida de vícios. Vale o mesmo para a festa reive e os incidentes estão aí na imprensa para que o colunista não passe por um "velho recalcado". A sedução transformou-se em agressão sexual, para ambos os lados.
Sem crack, sem pó, sem baseado, não há sequer uma aproximação de pessoas de sexo diferente. Rosto colado nem mesmo quando o DJ aposta em algo lento para descansar os dedos. Não se dança mais, os requebros e os pulos substituíram os passos cadenciados. O barulho do bate-estaca acabou com o diálogo. Sem diálogo não há sedução.
Fim de papo.
 Está bem, somos velhos quando falamos de “rosto colado”.
Mas ninguém pode roubar de nossa memória um tempo mágico onde o cavalheirismo de uma dança nos fazia flutuar por salões com pessoas especiais. E quem não dançou uma vez na vida de rosto colado não sabe o que perdeu. 
Rogério Mendelski.

sábado, junho 01, 2013

Pais e Filhos.

Meu filho, você não merece nada

Belíssimo artigo...Todos os pais deveriam ler...


A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada.

(ELIANE BRUM)

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou, para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da .vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba

quarta-feira, maio 22, 2013

Ser Chique é uma questão de atitude...





Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como atualmente. 

A verdade é que ninguém é chique por decreto. 
E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. 

Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa recheado de grifes importadas. 
O que faz uma pessoa chique não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta. 

Chique mesmo é quem fala baixo. 
Quem não procura chamar atenção com risadas muito altas, decotes imensos. 
Gente que, sem querer, atrai todos os olhares porque tem brilho próprio. 

Chique mesmo é quem é discreto, não faz perguntas inoportunas, nem procura saber o que não é da sua conta. 

Chique mesmo é parar na faixa de pedestre e abominar a mania de jogar lixo na rua. 

Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e as pessoas que estão no elevador. 
É lembrar do aniversário dos amigos. 

Chique mesmo é honrar a sua palavra. 
É ser grato a quem lhe ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. 

Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, mas ficar feliz ao ser prestigiado. 

Mas para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre do quanto a vida é breve. 
E de que vamos todos para o mesmo lugar. 
Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem. 

Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz! 

Professor Javier Naranjo - colombiano


Um professor colombiano (Javier Naranjo)passou dez anos coletando definições de seus alunos e, como resultado, obteve um dicionário com verbetes ao mesmo tempo puros, lógicos e reais

Um Professor
A Feira do Livro de Bogotá, que aconteceu no final de abril, teve como maior sucesso um livro chamado “Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças”. Mais especificamente, uma parte dele: umdicionário feito por crianças que traz cerca de 500 definições para 133 palavras, de A a Z.


Adulto: 

Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma
(Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)

Ancião:

 É um homem que fica sentado o dia todo(Maryluz Arbeláez, 9 anos)

Água:
 Transparência que se pode tomar (Tatiana Ramírez, 7 anos)

Branco:
 

O branco é uma cor que não pinta (Jonathan Ramírez, 11 anos)

Camponês: 
um camponês não tem casa, nem dinheiro. Somente seus filhos (Luis Alberto Ortiz, 8 anos)


Céu:
De onde sai o dia(Duván Arnulfo Arango, 8 anos)

Colômbia:
 É uma partida de futebol (Diego Giraldo, 8 anos)


Dinheiro:

 Coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e,
 sem ela, se faz inimigos
 (Ana María Noreña, 12 anos)


Deus:
 É o amor com cabelo grande e poderes
(Ana Milena Hurtado, 5 anos)


Escuridão:
 É como o frescor da noite 
(Ana Cristina Henao, 8 anos)


Guerra:
Gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz 
(Juan Carlos Mejía, 11 anos)


Inveja:

 Atirar pedras nos amigos 
(Alejandro Tobón, 7 anos)


Igreja:
 Onde a pessoa vai perdoar Deus
 (Natalia Bueno, 7 anos)


Lua:
 É o que nos dá a noite
 (Leidy Johanna García, 8 anos)


Mãe:
 Mãe entende e depois vai dormir
 (Juan Alzate, 6 anos)


Paz:
 Quando a pessoa se perdoa
 (Juan Camilo Hurtado, 8 anos)


Sexo:
 É uma pessoa que se beija em cima da outra
 (Luisa Pates, 8 anos)


Solidão:
 Tristeza que dá na pessoa às vezes
 (Iván Darío López, 10 anos)


Tempo:
 Coisa que passa para lembrar 
(Jorge Armando, 8 anos)


Universo:
 Casa das estrelas
 (Carlos Gómez, 12 anos)


Violência:
 Parte ruim da paz 
(Sara Martínez, 7 anos)

quarta-feira, maio 01, 2013


Eu também já postei a referida no texto, com o titulo " Envelhecer".
Um desabafo...
Aí mora o medo!!


REFLEXÕES
(Neyza Dantas)


Há algum tempo registrei no meu BLOG, o que alguém escreveu: - Envelheci, e daí?
Como me identifiquei com tal pessoa! Mas, li em algum lugar, o que outra pessoa escreveu com muita sabedoria: “Ninguém quer ficar velho, mas também não quer morrer jovem.” Percebe?
No ano de 2011, ninguém acreditava quando eu dizia, respondendo ao preencherem formulários para isto ou aquilo, que eu estava com setenta e cinco anos.
Na verdade, até mesmo eu me espantava ao ver minha imagem em fotos ou no espelho.
Uma amiga gostava de mostrar minhas mãos, para admirarem por estarem lisas e sem aquelas “ferrugens” que denunciam o envelhecer. Nem uma pintinha marrom.
Colocavam em dúvida quando olhavam meus cabelos que nunca viram tintura.
E eu pensava: afinal, a velhice não é um bicho de sete cabeças. Aceitava minha idade tranquilamente. Até ali!
Hoje, estou chegando aos setenta e sete.
O ano de 2012 veio com tudo. Nada de bom!
Neste momento, recordando tudo que vivi desde o início do ano passado, me vejo na urgência de mudar meus conceitos sobre a idade. Nada de bom! Acontece e daí? É natural!
Quem chegou primeiro foi o medo. É um fenômeno dubitativo: o medo da morte me vem associado à asfixia. Sempre pedindo a Deus que quando for a hora, me poupe de morrer em situações onde me falte o ar. Por outro lado, me vem o medo de ficar anos e anos totalmente dependente de outrem para tudo. Zeus!
Este ano está sendo pior. É desanimador.
Sou semi-dependente entre quatro paredes. Já sofri dois infartos e não posso ir a lugar nenhum sozinha. Aí sou dependente. Pode crer!
Me apareceram doenças que só existiam para os outros: catarata, tireoidismo e qualquer coisa a investigar no coração.
E o pior de tudo é às vezes, desejar ir a algum lugar, dependendo da hora em que alguém pode sair comigo. Quase sempre a disponibilidade delas não coincide com o que eu quero. Passear, dançar, festas? Nem pensar! E aí?
É claro que, se eu pedir, elas ajeitam, mas me incomoda vê-las alterando seus planos para não me contrariarem. É de doer! Só!!!
Fica para depois, já é uma constante na minha vida. O aqui e o agora, já eram. Quer mais? Tudo tenho que anotar. Ah! Esqueci! E agora? (risos). Deixar cair as coisas é comigo mesmo. Fazer o que?
E não acreditarem em mim quando digo: tenho certeza! Essa é de morte! Indignidade! Arre!!!
Não sei exatamente quando foi que me quebrei em pedaços, igual um vaso de porcelana. Já que é impossível juntá-los como um quebra-cabeça e refazer minha vida – a de verdade -, coloquei-os em uma caixa inviolável, bem aqui nos meus dois aposentos que digo, só de farra, que é minha casa, pois na verdade são parte da casa da Vanessa. É até possível que alguma partícula tenha se perdido e não vou querer conferir: é melhor pensar que não está fazendo falta.
Sinto muitas saudades do tempo em que saía sozinha, a favor do vento fazendo poesia em meu corpo seguro, sem me preocupar com as horas. Entrar em uma loja para comprar supérfluos para mim ou para “minhas” adoráveis crianças; ser a única dona da minha vontade; não estar gastando a paciência de alguém que me acompanha por falta de opção. E preciso assegurar a gratidão.
Prefiro não medir o tempo em que fui dona de mim, para evitar a dor de saber que não o serei nunca mais. Como boa leonina, não vou me conformar. Jamais!!!

http://neyzadantas.blogspot.com.br

terça-feira, abril 23, 2013

O Tempo e o Modo





O tempo, que é de todos o maior e o mais sábio juiz, acaba sempre por mostrar quem se enganou, por ambição ou por falta de ponderação

Um pedaço de tempo é uma pepita de ouro

A nossa vida é um átomo, aliás, mais breve que um átomo; mas a natureza zombou dessa ninharia dando-lhe a aparência de um tempo bastante longo

A vida é uma luta contra o tempo. Queremos agarrá-lo, discipliná-lo, para poder fazer tranquilamente alguma coisa – e ele escoa-se, não pára, não se deixa agarrar, corre inexoravelmente, não nos deixa descansar.

Às vezes o tempo voa como um pássaro; outras arrasta-se como um caracol. O homem é feliz quando não se apercebe se o passo do tempo é lesto ou moroso. O que lhe importa é ganhar, em cada dia, mais um dia.
Dizer que o tempo é dinheiro, é falso e pernicioso. O tempo vale infinitamente mais que o dinheiro e nada tem de comum com ele. Não se pode amontoar tempo; nem tão pouco sabemos quanto tempo nos resta no banco da vida.
Aqueles para quem apenas o presente conta, na verdade nada conhecem da época em que vivem: para compreender o nosso século é necessário compreender todos os séculos que o procederam e que contribuíram para o formar

Não há um passado que mereça ser revivido com nostalgia, existe apenas um mundo eternamente novo e que se forma com a ampliação dos elementos do passado. A verdadeira nostalgia deve ser sempre produtiva para criar um mundo melhor

Apesar de dispormos diariamente de 1.440 minutos, vivemos escravizados pelo tempo. De tal modo, que ficamos ansiosos e a olhar furtivamente para o relógio, quando temos de conceder uns escassos minutos a alguém

Como o tempo não espera por ninguém, valorizemos cada momento de nossas vidas. Seja qual for a idade, aproveitemos, positivamente, cada segundo dos 86.400 que nos são atribuídos todos os dias, de tal modo que cheguemos a idosos sem nos sentir-mos velhos

O tempo não tem favoritos. Para ele somos todos iguais. O nosso dia de vinte e quatro horas não é maior ou mais pequeno que o do vizinho. Esse tempo pertence a cada um de nós para o gastarmos, segundo a segundo, hora a hora, dia a dia, ano a ano, como decidirmos
O tempo é demasiado aborrecido para os que nada esperam; demasiado rápido para os que têm medo; demasiado prolongado para os que se afligem; demasiado curto para os que se regozijam; mas para os que amam…o tempo é a eternidade

O tempo não espera por ninguém.

O Ontem pertence à História. O Amanhã é um mistério. Quanto ao Hoje, aproveitemo-lo integralmente, porque, é uma dádiva.

Por isso, se designa Presente


(Textos compilados de diversos escritores e pensadores mundiais)